Reclamações registradas no portal Consumidor.gov.br, gerido pelo Ministério da Justiça, apontam que a rede formada para lesar aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social CINSS) vai além dos descontos irregulares realizados por associações, sindicatos e empresas de crédito consignado. Relatos reunidos pelo Metrópoles indicam que beneficiários também sofreram cobranças referentes a seguros que eles alegam não ter contratado. O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia
disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados. As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, que foi deflagrada em 23 de abril e culminou nas demissões do presidente do INSS e do então ministro da Previdência, Carlos Lupi. As denúncias na plataforma do governo acusam empresas de crédito como a Sudacred - que, em três anos, recebeu pouco mais de 60 reclamações de débitos não autorizados na conta de beneficiários do INSS. A companhia afirma que as cobranças dizem respeito a um seguro de vida e garante que foram autorizadas por meio de ligações. A reportagem obteve acesso ao conteúdo das chamadas, que mostram como os idosos eram induzidos a aceitarem o desconto do valor. Com acesso a dados como CPF, endereço e número da conta corrente, atendentes informavam que havia sido liberado um "capital de seguro" em nome do aposentado, sem deixar claro que se tratava da contratação de um novo serviço. Os diálogos demonstram a confusão. Em uma das conversas, o segurado afirma que "nem sabia que tinha esse seguro".
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